terça-feira, 14 de agosto de 2012

ARTIGO 002 - O GAMER E SUAS INFINITAS CONTRADIÇÕES

QUEM É O GAMER?

Gamer é o termo usado para as pessoas que usam seu tempo livre para jogar e se informar através da internet e outros meios de comunicação. Exemplo desses meios estão os sites especializados que publicam noticias, análises e artigos. Tem também as revistas, os fóruns, as redes sociais e eventos culturais como as feiras de jogos, dentre as mais conhecidas E3, Tokyo Game Show, Gamescom e Brasil Game Show.

Como os jogadores tem diferentes razões para jogar, existe diversos tipos de gamers. Os mais comuns são:

  • Hardcore - passa maior parte do tempo jogando e se informando, além disso procura sempre detonar o jogo em todos os níveis possíveis, exceto o fácil, buscando a perfeição. Antigamente chamávamos de zerar o game em 100%. Hoje o termo mais usado é platinar, popularizado pelos troféus da rede PSN da Sony Playstation 3.
  • Casual - esses geralmente jogam games considerados fáceis e em jogo considerados difíceis, sempre joga em nível fácil. A maioria não passa muito tempo jogando, pois não curtem dedicar a um jogo e por isso querem um jogo fácil e rápido de terminar.
  • Retrogamer - é o típico jogador que adora jogar e colecionar jogos antigos. Alguns são chamados de olds gamers e outros old school. São responsáveis pela popularização e desenvolvimento dos emuladores de consoles antigos.
  • Pro Gamer - é o gamer que tornou-se profissional, podendo ser um tester, um analista de revista ou um cyber atleta que vive ganhando dinheiro em campeonatos. Geralmente um Pro Gamer foi um Hardcore como "escola" de aprendizado.


QUAIS SÃO AS CONTRADIÇÕES?

Existe várias argumentos contraditórios que você com certeza já viu em debate calorosos e até mesmo análises de profissionais do ramo, vou ilustrar as mais comuns, vamos a eles:

"Jogo é entretenimento então você não deve levar a sério"

Quantas vezes você já foi chamado de nerd quando levou a sério um debate sobre um assunto de jogos eletrônicos. Infelizmente na comunidade gamer existe um típico jogador que não aceita que os jogos possam ser abordados de forma séria. Então você tem que ficar proibido de falar sobre games, é como se fosse o lema deles, a não ser que seja só para falar besteirol, pois games pra eles é apenas diversão e nada mais.

Eles esquecem que existe a cultura dos jogos eletrônicos, assim como existe do filmes e da música. É cultura do entretenimento quer você queira ou não. Hoje a indústria de games é a mais lucrativa do ramo de entretenimento, é tão levado a sério que existem faculdades para desenvolvimento de jogos. Então antes de chamar um gamer de nerd por ter falado sério sobre um respectivo jogo, pense nisso. Pergunta que não quer calar - Será que é uma forma de defesa deles sobre sua deficiência de conhecimento sobre o assunto?

"Não uso notas como medidor de qualidade, mas costumo usar o metacritic"

Há os jogadores são muito oportunistas vocês não acham? Quantas vezes você já escutou ou viu jogadores dizendo que não se baseia em notas como medidor de qualidade para determinar a sua escolha na compra. O fato é que em geral os jogadores usam as notas como padrão de jogo bom ou ruim. Pior que isso é usar o metacritic como ferramenta essencial para dizer que um game vale ou não vale a pena seu investimento.

É claro que antes de comprar um game, é bom ler análises ou ver vídeos de gameplay. Mas será que notas e o metacritic são agregadores essenciais para determinar a sua compra? Não seria mais conveniente alugar o jogo por si próprio e omitir sua opinião do que ficar malhando um game desnecessariamente por causa de uma análise feito por um profissional que você nem imagina suas intenções ou seus gostos. Crítica é como gosto cada um tem o seu. Por mais que um game seja nota 10 e outra nota 5, jamais serão medidor de qualidade. A qualidade é intrínseca a cada jogador, a cada experiência sua e cada hora jogada.

"Odeio dlcs, mas adoro comprar os dlcs dos jogos que eu gosto"

Se você não sabe, dlc é um conteúdo digital que contém extras que os jogadores podem comprar para adicionar a experiência do jogo, podendo ser personagens secretos, fases bônus, atributos e outras luxúrias. A polêmica do dlc é a política das produtoras em oferecer um produto incompleto pra depois cobrar dlcs para ter uma experiencia mais completa. Mas infelizmente as produtoras abusam dessa política, tanto que parece que fomos enganados por comprar um jogo que depois tornou completamente diferenciado e o pior é saber que o jogo será lançado depois com todo o conteúdo extra.

Aposto que na sua memória veio logo os jogos da Capcom, ai eu te pergunto - Vale a pena comprar um jogo no lançamento dessa produtora? Creio que não, mas verdade seja dita, por mais que você odeie os dlcs, boa parte irá comprar, pois sua paixão sempre falará mais alto e a Capcom e outras produtoras sabem disso. Não é a toa que tornou um mercado bem lucrativo, a Capcom no seu último relatório financeiro, teve maior parte do seu lucro proveniente desse mercado. Então essa ladainha que jogador não gosta de dlcs é uma mentira bem mascarada.

"Odeio esse jogo, mas curto infernizar quem gosta"

Existe um típico de jogador que odeia um jogo ou produtora, tanto, que sua função é justamente atrás dos amantes desse jogo ou produtora para tentar divulgar que seu gosto está errado. Essa pessoa deve ter problemas de identidade ou complexo de inferioridade ou algo do tipo. Não tem como escapar dessas figuras que habitam diversos fóruns e comunidades relacionadas. Eles são figuras carimbadas e farão da sua vida um inferno, chegando ao ridículo de fazer bullying virtual, caso você tenha dado atenção ou detonou eles publicamente.

"Gráficos e vendas não são importantes, mas uso como argumento de superioridade entre os jogos"

Esse é o típico jogador noob ou criança que não sabe o que é o verdadeiro valor de um jogo. O jogo é como filme. Pense como um filme. Sabe aquele filme que não tem efeitos visuais modernos mas que tem uma história emocionante, profunda, cheias de reviravoltas e personagens marcantes e aquele filme cheios de efeitos visuais sofisticados que lhe prendem atenção, mas que falta algo para lhe emocionar como expectador. Os games também usam a imagem para impressionar, não só pela sofisticação visual, mas também pela arte. A beleza das imagens está acima do poderio gráfico. Assim como a história, a jogabilidade e sua diversão que proporciona. Gráficos são importantes, mas não devem ser usadas como única ferramenta de atração visual.

Da mesma forma em relação as vendas. Nem sempre o jogo que vendeu mal significa que ele é um jogo ruim ou que não vale a pena o investimento. Usar as vendas como argumento de superioridade é uma infantilidade e burrice sem dimensão. É o meio dos fracos sem argumentos para aproveitar da situação. Um jogador desse nível, deve ser evitado. Se você conhece alguém assim, recomendo evitar quotes e dar um belo gelo nessas criaturas doentes.

"Não sou ista, mas tenho apreço por certos produtos"

Todo mundo é ista, por mais que você diga ao contrário. Todo ser humano tem preferências, por mais que tente esconder dos outros. A diferença é o ser fanático ou doente por um determinado jogo ou produtora. Quando você compra apenas jogos da sua preferência e não arrisca outros jogos de outras produtoras, pode-se notar facilmente que você tem um problema de aceitação do diferente. Consumir somente um produto é ser ista característico que pode evoluir para o ismo doentio. Cabe ressaltar que um verdadeiro gamer pode ter suas preferências, mas não a usam como determinante para compra ou argumento. Além disso o gamer critica suas preferências e não usa o positivismo e a superioridade de suas escolhas.

"Cobro inovação, mas vivo comprando os mesmos jogos tradicionais e suas eternar continuações"

Esse é o mais descarado de todos. Todo jogador reclama de inovação, mas no fundo vive comprando os mesmos jogos tradicionais e clássicos há anos. Depois reclamam porque a indústria tem medo de inovar. Claro todos os jogos inovadores foram fiasco de vendas mesmo tendo uma ótima aceitação de crítica. Verdade seja dita, a maioria dos jogadores tem medo do novo ou de se arriscar em uma séria nova.

CONCLUSÃO

Ilustrei algumas contradições, claro que existem centenas de outras que somos obrigados a escutar, por pura ignorância ou ismo doentio. Mas o objetivo desse artigo é indagar que temos defeitos e devemos corrigir. Dar mais chance aos jogos desconhecidos, experimentar coisas novas, evitar críticas desnecessárias e levar a cultura gamer mais a sério. Fique ai o espaço aberto para outras contradições. Até o próximo artigo!

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